sábado, 22 de dezembro de 2012

O Mundo Acabou e Ninguém Ficou Sabendo

A primeira coisa que fiz ao acordar pela manhã foi me perguntar: Será que hoje é o dia seguinte? Em outras palavras, comecei a ponderar sobre a possibilidade do mundo ter acabado na noite passada enquanto eu dormia. É claro que não dava pra ficar na cama o resto do dia com essa dúvida, então me levantei e abri a porta da cozinha bem devagarinho a fim de dar uma espiadinha. E, como acontece todas as manhãs, meu cachorro me sorriu latindo e abanando o rabinho: vapt-vupt, vapt-vupt, vapt-vupt. Nada demais. Sem novidades. O que não significava que o mundo não tivesse acabado.
Digo isso porque quando parte do Japão foi devastada por um tsunami em 2011, meu cachorro se comportou do mesmo jeito, isto é, abanando o rabinho no dia seguinte. Quando o México e o Haiti sofreram violentos terremotos há alguns anos, lá estava meu cachorro na porta da cozinha bem de manhãzinha: vapt-vupt. Até mesmo quando o Corinthians conquistou o Mundial de Clubes da FIFA recentemente, o cãozinho me saudou na porta da cozinha abanando o rabinho normalmente, como se aquele fosse um dia comum. Verdadeiramente, a gentileza deste animal de estimação não serve como sinal do fim dos tempos. Penso que nem a colisão de um meteoro poderia impedi-lo de abanar o rabo na porta da cozinha. Então eu precisava de algo mais. Por isso arrisquei ir até o quintal para sondar a vizinhança.
Conforme acontece todos os sábados de manhã, um dos vizinhos estava lavando seu carro como se nada tivesse acontecido. A mesma coisa de sempre. De duas, uma: ou o cara é tão obcecado por embelezar o carro a ponto de fazê-lo mesmo depois do fim do mundo ou a nova era prevista pelos Maias é igualzinha à era anterior, com vizinhos lavando o carro e cachorros abanando o rabinho. Mas e agora? O que fazer? Eu não podia me contentar com as cenas corriqueiras daquela manhã de sábado; eu tinha que extrapolar essas fronteiras para obter respostas mais esclarecedoras. E foi isso que eu fiz.
Voltei correndo para o quarto e entrei no portal que poderia me levar aos lugares mais remotos do planeta em poucos segundos, o Google. Eu precisava saber como os elefantes do litoral da Indonésia e outros países asiáticos se comportaram ontem, dia 20 de dezembro de 2012, véspera do hipotético fim do mundo previsto pelos Maias. Pra quem não sabe, estes elefantes costumam ficar agitados e procurar abrigo ao pressentirem algum tipo de catástrofe, como fizeram em 2004, quando um tsunami avassalador destruiu diversos lugares e matou muitos seres vivos, menos os elefantes, que se refugiaram com segurança antes das ondas gigantes invadirem as praias. Esquisito ou não, descobri que os paquidermes da Indonésia tiveram uma véspera de fim de mundo absolutamente normal. Tudo  tranquilo, sem nenhuma intercorrência. Os grandalhões de tromba não ficaram agitados, não se afastaram assustados do litoral à procura de abrigo e não subiram no banquinho quando viram um ratinho correndo no chão e passando entre suas pernas. Desisti dos elefantes e fechei o notebook.
Após estas três tentativas frustradas, comecei a desconfiar que o mundo acabou e ninguém ficou sabendo, nem meu cachorrinho nem meu vizinho lavador de carros nem os elefantes sabidos da Ásia. Que pena! Ainda bem que, antes de eu ser tomado de profunda decepção, lembrei-me que a Bíblia afirma que somente Deus sabe como e quando se dará o fim dos tempos, e que, desta maneira, nem mesmo os Maias poderiam revelar ou explicar tais mistérios a respeito do dia final. Segundo a Bíblia, a nós nos cabe viver da melhor maneira possível o dia que se chama hoje. Então vamos lá! Que tal fazer isso antes que o mundo acabe de verdade?

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O Melhor Fim do Mundo de Todos os Tempos

De acordo com previsões da antiga civilização Maia, o mundo acabará em 2012, no dia 21 de dezembro. Não torço por isso tão pouco acredito que tal previsão vá se confirmar. Mas tenho ponderado que se o mundo realmente acabasse nesta data nem tudo estaria perdido, isto é, existem algumas vantagens que nos permitem ver o hipotético fim do mundo com certo otimismo.
Para os brasileiros, por exemplo, seria o fim das taxas, impostos e juros apocalíticos. Além disso, não mais teríamos que aguentar a corrupção, a falta de segurança pública e a maldade de algumas bestas que oprimem a nação.
Para os sudaneses, palestinos, judeus e outros povos, seria o ponto final definitivo dos conflitos armados, guerra civil, estupros, genocídios e diversas violências que acontecem há meses, anos e décadas em suas terras, levando tais regiões à ruína, como se estivessem devastadas pela guerra nuclear ou pela colisão de algum meteoro.
As crianças etíopes que vivem em completa miséria finalmente ficariam livres da fome e daquela pegadinha sarcástica: “Sabe por que o Papai Noel não vai à Etiópia?... Porque criança que não come direito não ganha presente no Natal.” Seria o fim dos altos índices da mortalidade infantil nos países pobres e das piadinhas politicamente incorretas como a que eu mencionei.
E por falar em Natal, outras pessoas que seriam muito beneficiadas com o fim do mundo nesta época do ano são os Papais Noéis, especialmente aqueles que teriam que deixar o clima fresquinho do Polo Norte no dia 24 de dezembro e, com suas roupas grossas e pesadas, enfrentar os 40 graus que tem feito na região onde moro. Adeus à barba branca, comprida e encharcada de suor! Papai Noel fedendo nunca mais!
Com o hipotético fim do mundo no dia 21, um dos segmentos que mais vantagens teriam é a torcida do Corinthians, time que, neste caso, se tornaria o campeão da última edição da Taça Libertadores da existência humana. Isto quer dizer que os corintianos passariam a eternidade comemorando o título e zoando dos torcedores do Palmeiras que, por outro lado, teriam que passar a eternidade na 2ª divisão do Campeonato Brasileiro. Mas passar a eternidade na Segundona também não é o fim do mundo, né? Existem aspectos favoráveis até nisso. Não haveria chance alguma do time cair para a Série C do Brasileirão. Sorte dos palmeirenses, pois passar a eternidade na Terceirona seria um inferno. Além disso, se o Timão não for campeão do Mundial de Clubes da FIFA que está sendo disputado no Japão, os palmeirenses terão mais motivos para descansar em paz. Neste sentido, todos levam alguma vantagem e podem comemorar alguma coisa.
Comentários, especulações e brincadeiras à parte, penso que o melhor benefício que o eventual fim do mundo traz consigo é a oportunidade que agora temos de nos preparar melhor para quando o fim chegar de verdade. Então, a previsão do calendário Maia pode servir como uma espécie de simulação do fim do mundo, semelhante ao que o Corpo de Bombeiros faz ao simular um incêndio em um edifício a fim de capacitar as pessoas daquele local a reagirem de modo adequado, tomarem as melhores decisões, preservarem sua vida e minimizarem os danos da melhor maneira possível diante daquele momento crítico. Neste sentido, todos nós podemos aproveitar a ocasião para por em ordem algumas coisas em nossos sentimentos e atitudes, tomando decisões que cooperem para uma vida de qualidade no restante de tempo que temos, sejam alguns dias ou milhares de anos. Portanto, se estivermos bem preparados e semeando coisas boas poderemos ter o melhor fim de mundo de todos os tempos.
Em poucas palavras, considerando o que descrevi acima, se o mundo acabasse agora teríamos encerrado nossa existência em grande estilo; se o mundo não acabar desta vez, então colheremos grandes resultados da boa semeadura que fizemos. De um jeito ou do outro, estaremos preparados para a eternidade a qualquer momento, quando Deus decidir que é a hora.


sábado, 8 de dezembro de 2012

Alerta Máximo no Japão

Como se  não bastassem os comentários sobre o fim do mundo e as reincidentes catástrofes que aconteceram no Japão nos últimos cem anos, como a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, na Segunda Guerra Mundial, e o tsunami ocorrido em 2011, parece que o temor de uma nova ameaça toma conta do país.
Rumores indicam que, por conta do Mundial de Clubes da FIFA, um bando de loucos começa a invadir o território japonês. Boato ou não, existem pessoas afirmando que viram vários containers preto e branco sendo desembarcados ao longo do litoral. Segundo testemunhas, os containers estão parados em atitude suspeita despertando curiosidade e receio em muita gente, principalmente por causa da fumaça que sai por suas frestas e do cheiro peculiar que exalam. Um grupo de trabalhadores das docas de um dos portos contou que, na madrugada de ontem, ouviram uma grande batucada e gritos de “Vai Culíntia!” que vinham de dentro dos containers.
Bem, pode ser que isto não tenha nada a ver com o final do mundo nem com catástrofes naturais, mas o governo de lá já recomendou à população que fique de olhos bem abertos e que, se perceberem alguém gritando “Gol do Culíntia”, todos devem evacuar casas e prédios rapidamente para comemorar e festejar à vontade nas ruas, sem preocupação alguma. Por outro lado, estudiosos dos calendários Asteca, Maia e Inca declaram que se não sair gol do Culintia, aí sim será o fim do mundo e uma grande catástrofe pra muita gente. Vamos torcer para que isto não aconteça! Vai Culintia!!!

sábado, 1 de dezembro de 2012

A Cobra de Plástico

Três dias seguidos, a mesma história. Um grupo de turistas daquele camping preparou as guloseimas do café da manhã ao ar livre, debaixo de árvores com sombras bem convidativas. Mas enquanto se distraíam tirando algumas fotos e terminando os preparativos do lanche, lá estavam os pequenos macacos sobre a mesa mexendo em tudo e, especialmente, comendo as guloseimas.
No quarto dia, os turistas prepararam a mesa do café debaixo das mesmas árvores e com as mesmas guloseimas. Em poucos minutos, os mesmos macacos apareceram, porém, não subiram na mesa nem mexeram em nada desta vez. Opa! Que estranho! Os bichinhos pulavam entre as cadeiras e rodeavam o banquete como se estivessem cismados e preocupados, e não surrupiaram uma geleia sequer. Cinco minutos depois, sem tocar na comida, os animais foram embora. Eu fiquei muito curioso com o que se passou ali. Então, quando o cinegrafista se aproximou da mesa, as lentes de sua câmera revelaram que havia uma cobra de plástico entre as gostosuras do café da manhã, fato que assustou, confundiu e intimidou os macaquinhos, fazendo com que os mesmos abrissem mão do banquete que estava tão perto deles, mas que, ao mesmo tempo, acabou ficando tão longe. É claro que, nas manhãs seguintes, os turistas colocaram a imitação de cobra na mesa do café novamente.
Este trecho do documentário que eu assisti me fez pensar que todos nós podemos passar por situações semelhantes a que os macacos daquele camping passaram. Isto é, corremos o risco de desperdiçar oportunidades reais e verdadeiras por causa de certos medos que tomam nossa alma diante de ameaças irreais. Embora pareçam de verdade, são ameaças de plástico. Assim, nos tornamos incapazes e desistimos de aproveitar alguns banquetes que estão a nossa disposição do mesmo modo que os macaquinhos se tornaram incapazes e desistiram de tocar nas gostosuras daquele café da manhã por causa de um perigo que não era real, a cobra de plástico. Estudiosos afirmam que os macacos ficaram com medo de se apropriar da mesa do café em função das experiências negativas que tiveram com cobras de verdade na floresta que cerca aquele camping.
Certamente, você e eu já tivemos experiências negativas com ameaças, riscos, inimigos e perigos reais e cruéis em nossa vida. E muito provavelmente, carregamos lembranças fortes, marcas, ferimentos, ressentimentos e outras coisas que podem despertar em nós o medo, a resistência e diversas reações que nos tornam incapazes de enfrentar um novo momento que, de alguma forma, se pareça ou lembre aquelas experiências negativas que tivemos. Desta forma, sendo o perigo real ou não, costumamos nos proteger atrás do nosso medo, ainda que isso implique desperdiçar oportunidades e desistir de banquetes que, em alguns casos, são preparados por Deus com o propósito de nos abençoar. Nestes casos, ficamos muito perto da bênção e, ao mesmo tempo, muito longe dela. É como se a cobra de plástico que há no meio do banquete despertasse a serpente real que um dia enfrentamos, e isto nos assusta, confunde, intimida e, por fim, nos separa das guloseimas que estão sobre a mesa. Ora, nós já temos tantas serpentes reais para enfrentar e vencer que não podemos nos render às imitações de cobra sempre que nos depararmos com elas.
Minha sugestão é esta: procure discernir se há cobras de plástico atrapalhando você a desfrutar de realizações e conquistas em sua vida. Compartilhe isso com pessoas de confiança; peça a ajuda de Deus; e, se necessário, procure ajuda de um profissional apto para auxiliar você a conhecer e enfrentar os impedimentos que as cobras de plástico e outras imitações provocam em sua alma.