sábado, 1 de dezembro de 2012

A Cobra de Plástico

Três dias seguidos, a mesma história. Um grupo de turistas daquele camping preparou as guloseimas do café da manhã ao ar livre, debaixo de árvores com sombras bem convidativas. Mas enquanto se distraíam tirando algumas fotos e terminando os preparativos do lanche, lá estavam os pequenos macacos sobre a mesa mexendo em tudo e, especialmente, comendo as guloseimas.
No quarto dia, os turistas prepararam a mesa do café debaixo das mesmas árvores e com as mesmas guloseimas. Em poucos minutos, os mesmos macacos apareceram, porém, não subiram na mesa nem mexeram em nada desta vez. Opa! Que estranho! Os bichinhos pulavam entre as cadeiras e rodeavam o banquete como se estivessem cismados e preocupados, e não surrupiaram uma geleia sequer. Cinco minutos depois, sem tocar na comida, os animais foram embora. Eu fiquei muito curioso com o que se passou ali. Então, quando o cinegrafista se aproximou da mesa, as lentes de sua câmera revelaram que havia uma cobra de plástico entre as gostosuras do café da manhã, fato que assustou, confundiu e intimidou os macaquinhos, fazendo com que os mesmos abrissem mão do banquete que estava tão perto deles, mas que, ao mesmo tempo, acabou ficando tão longe. É claro que, nas manhãs seguintes, os turistas colocaram a imitação de cobra na mesa do café novamente.
Este trecho do documentário que eu assisti me fez pensar que todos nós podemos passar por situações semelhantes a que os macacos daquele camping passaram. Isto é, corremos o risco de desperdiçar oportunidades reais e verdadeiras por causa de certos medos que tomam nossa alma diante de ameaças irreais. Embora pareçam de verdade, são ameaças de plástico. Assim, nos tornamos incapazes e desistimos de aproveitar alguns banquetes que estão a nossa disposição do mesmo modo que os macaquinhos se tornaram incapazes e desistiram de tocar nas gostosuras daquele café da manhã por causa de um perigo que não era real, a cobra de plástico. Estudiosos afirmam que os macacos ficaram com medo de se apropriar da mesa do café em função das experiências negativas que tiveram com cobras de verdade na floresta que cerca aquele camping.
Certamente, você e eu já tivemos experiências negativas com ameaças, riscos, inimigos e perigos reais e cruéis em nossa vida. E muito provavelmente, carregamos lembranças fortes, marcas, ferimentos, ressentimentos e outras coisas que podem despertar em nós o medo, a resistência e diversas reações que nos tornam incapazes de enfrentar um novo momento que, de alguma forma, se pareça ou lembre aquelas experiências negativas que tivemos. Desta forma, sendo o perigo real ou não, costumamos nos proteger atrás do nosso medo, ainda que isso implique desperdiçar oportunidades e desistir de banquetes que, em alguns casos, são preparados por Deus com o propósito de nos abençoar. Nestes casos, ficamos muito perto da bênção e, ao mesmo tempo, muito longe dela. É como se a cobra de plástico que há no meio do banquete despertasse a serpente real que um dia enfrentamos, e isto nos assusta, confunde, intimida e, por fim, nos separa das guloseimas que estão sobre a mesa. Ora, nós já temos tantas serpentes reais para enfrentar e vencer que não podemos nos render às imitações de cobra sempre que nos depararmos com elas.
Minha sugestão é esta: procure discernir se há cobras de plástico atrapalhando você a desfrutar de realizações e conquistas em sua vida. Compartilhe isso com pessoas de confiança; peça a ajuda de Deus; e, se necessário, procure ajuda de um profissional apto para auxiliar você a conhecer e enfrentar os impedimentos que as cobras de plástico e outras imitações provocam em sua alma.

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