domingo, 17 de fevereiro de 2013

Embarcações à Deriva

Diante do lamentável episódio ocorrido com o navio Carnival Triumph, que ficou à deriva por alguns dias no Golfo do México, foi inevitável pensar na Arca de Noé e considerar certas curiosidades entre as duas embarcações.
No caso do cruzeiro Triumph, por exemplo, a maioria dos passageiros está inserida na economia mais forte do mundo, e apresenta condições sócio-culturais acima da média; é gente acostumada ao conforto e modernidade. No caso da Arca de Noé, uma parte dos passageiros era de agricultores ou lavradores, gente muito simples e habituada às hostilidades e desafios da vida mais rústica. Diga-se de passagem, foi um desses homens do campo que construiu a embarcação, bem diferente do navio cruzeiro, que foi desenvolvido por especialistas de diversos setores. É importante lembrar que os demais passageiros da Arca, isto é, a grande maioria, eram animais de toda espécie que Noé encontrou na época, incluindo bichos de hábitos indesejáveis, ferozes e muito fedidos.
A segunda curiosidade é o tempo que as duas embarcações ficaram à deriva. Quatro dias para os turistas do cruzeiro, e várias semanas para Noé e seus companheiros. É uma diferença muito significativa, assim como é significativa a diferença entre o grau de satisfação dos passageiros. Mesmo quando o Carnival Triumph ainda estava ao mar, a mídia divulgou o quanto as pessoas a bordo estavam insatisfeitas e revoltadas, realidade que se avolumou bastante ao desembarcarem no Alabama. No episódio da Arca de Noé, não há relatos bíblicos sobre revolta, reclamações ou arrependimento de ter viajado. Ninguém moveu processos ou ações contra Noé após o desembarque, pelo contrário, a Bíblia afirma que os passageiros fizeram um culto de gratidão a Deus de tão satisfeitos que estavam.
Curiosidades à parte, naveguemos rumo ao que mais importa: Os passageiros do cruzeiro à deriva no Golfo do México buscavam prazer, turismo, comodidade e, quem sabe, status. Havia muito dinheiro envolvido, e a única segurança que tinham era a promessa de diversão garantida que o mundo dos negócios sempre faz – nada contra isso. Mas a turma da Arca, por outro lado, buscava a sobrevivência. A segurança que tinham eram a promessa e o plano de Deus sobre a preservação da vida – tudo a favor disso. Não havia em Noé e em seus companheiros nenhuma expectativa de diversão garantida nem de status nem de lucro financeiro. A Arca estava à deriva sim, porém, com propósitos bem mais valiosos do que os milhões de dólares a bordo do Carnival Triumph.
Deixo claro que considerei muito lamentável o que aconteceu com os passageiros do navio cruzeiro no Golfo do México – eu não gostaria de estar na pele deles.  Mas isso não me impede de imaginar a seguinte questão: Será que a mesma pomba que saiu da Arca de Noé e depois voltou com um ramo de oliveira no bico voltaria para o Triunph Carnival caso fosse solta de lá? Bem, penso que se ela encontrasse a Arca no meio do oceano faria opção pela embarcação de Noé, pois talvez seja mais viável ficar várias semanas convivendo com animais de hábitos indesejáveis numa arca do que passar quatro dias à deriva naquele tipo de cruzeiro, mesmo sabendo que os tripulantes do Triumph são mais elitizados e que no barco de Noé falta energia elétrica, ar condicionado e sistema de esgoto a contento.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

2013: O Ano que Terminou Antes.


Não, não, não... Mil vezes não! Não é possível! O ano de 2013 mal começou e já tá quase acabando. Tanto é verdade que as redes de televisão poderiam fazer uma super retrospectiva sobre os 365 dias mais curtos da história ainda em fevereiro, até porque o Carnaval já se foi e assunto é o que não falta. 

Nesse sentido, tivemos o retorno do Renan à presidência do Senado brasileiro e o adulterado aumento no preço do combustível, passando pela tragédia da boate Kiss, no Rio Grande do Sul, e a crescente onda de atentados em Santa Catarina.
Além disso, baseada em estimativas e cruzamento de dados, a comunidade científica divulgou ontem que o ancestral mais antigo do ser humano é um ratão, quase uma capivara. Já pensou?
E pra sacramentar o fim prematuro de 2013, incluo as três notícias mais comentadas aqui em casa: a renúncia do Papa, o agravamento da minha artrite e o asteroide aí ao lado. É mole?! Era só o que faltava! Um asteróide ou meteoro tirando tinta do nosso planeta! A Terra nunca passou tão perto de um negócio deste tipo antes e vice-versa. Gran finale, hein?! Com fatos deste calibre nem se faz necessária a Copa das Confederações.
Por outro lado, que venha 2014! Sem tragédias, sem atentados, sem asteroides e, de preferência, sem Renan na presidência do Senado.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

As Andorinhas


Espero que esse texto bata à porta do seu coração assim como bate à porta da minha casa dia e noite. São elas, as várias andorinhas que se assentam todas as manhãs defronte a nossa varanda, sobrevoam a vizinhança por alguns minutos, desaparecem durante o dia e, no horário marcado, em torno das 18h30m, voltam e pousam novamente nos mesmos fios de alta tensão. Mas quando voltam, é diferente, são apenas duas; sempre. E então começa a cerimônia que,  com certo exagero, mais parece uma estratégia.

Após permanecerem nos fios por vários minutos, uma das andorinhas sobrevoa nosso quintal e logo retorna para junto da outra. Passam-se mais uns minutinhos e a mesma andorinha faz o segundo voo, este bem mais curto, somente até o beiral da nossa varanda, enquanto a outra aguarda pacientemente no fio. Como acontece em todo anoitecer, a andorinha que está no beiral invade a varanda de modo arrebatador, faz uma espécie de reconhecimento relâmpago e volta para o fio. Sempre assim! Se estiver tudo tranquilo no local, sem movimento ou barulho, aí então ela se lança no ar rumo a nossa varanda pela última vez e se abriga rapidamente entre uma viga de madeira e as telhas de barro. Não demora muito, a andorinha que ficara assistindo a tudo lá do alto do fio vem direto e reto, sem rodeios, sem escalas, e se junta ao seu par entre a viga e as telhas, bem na porta da nossa cozinha, onde passam a noite.Todas as noites! Que cerimônia linda!

Simultaneamente, eu também faço meu ritual dentro de casa. Quando a noite começa a cair, vou até a janela da sala para ver se as duas andorinhas já pousaram nos fios. Depois de certo tempo, dirijo-me à porta da cozinha a fim de conferir se uma delas já se deslocou para o beiral da varanda. É curioso: muitas vezes eu chego ali bem na hora em que a andorinha está fazendo o voo relâmpago de reconhecimento, e assim dou de cara com ela. Que susto! Quando isso acontece, é o clímax. Volto correndo pra dentro de casa e fico quietinho, me movendo suavemente, espiando por alguma fresta e com os ouvidos bem atentos ao som das andorinhas se aproximando e se acomodando entre a viga e as telhas. Como se isso não bastasse, pouco antes de eu dormir, lá pelas 23h, dou um pulinho na porta da cozinha para ver se as andorinhas estão bem; e elas sempre estão. Fico com a impressão de que o principal alvo desta aves e descansar em paz e segurança, pois é isso que vai lhes garantir os voos mais longos e mais altos do dia seguinte.
Ontem à noite, ao ver o casalzinho dormindo sobre a viga de madeira, eu disse ao meu filho: “Que bom que estas andorinhas encontraram um lugar especial pra descansar!” Meu filho respondeu: “É verdade, pai! Nossa casa é uma bênção até para as andorinhas!”. Aquilo chamou minha atenção! Confirmei o quanto um lar pode ser importante na vida das aves e, especialmente, na vida das pessoas. Inevitavelmente, lembrei-medo Salmo 84.3: “O pardal encontrou casa e a andorinha encontrou ninho para si... e eu encontrei paz e segurança no convívio com Deus”. Percebi que assim como nós oferecemos nossa varanda para as andorinhas se abrigarem, Deus também nos acolhe entre as vigas e as telhas do seu amor, onde podemos descansar em paz e nos preparar para novas conquistas e voos mais altos. E assim podemos concluir que viver com Deus é uma bênção! E além de significar paz e segurança, é o que nos capacita para novas conquistas e voos mais altos no dia seguinte.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

"Nossa Galera" no SPTV



A TV Fronteira, afiliada da Rede Globo, exibiu no SPTV deste sábado, dia 02/02, a matéria completa sobre os amigos de Presidente Prudente, SP, que compuseram e publicaram uma música em homenagem e solidariedade às vítimas da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, RS, tanto às pessoas que morreram quanto às que sobreviveram, constituindo também uma manifestação de apoio e carinho para com os seus familiares. A canção se chama "Nossa Galera", e procura retratar a importância das boas lembranças e da saudade que os universitários carregam consigo em relação aos amigos e à experiência universitária como um todo.
A matéria que foi ao ar pode ser vista num dos links da emissora: http://www.ifronteira.com/noticia-presidenteprudente-45306
Para assistir e ouvir apenas a música gravada pela equipe de jornalismo, acesse http://www.ifronteira.com/noticia-presidenteprudente-45307
E para conhecer a música como tem sido divulgada na net desde o dia 31, visite http://www.ferasdanoite.com.br/baladas-atuais/16/NOSSA-GALERA