
Isso começou a mudar quando eu descobri que a expressão bíblica salvação nasceu no Antigo Testamento, no contexto cultural hebraico, relacionado essencialmente à experiência de alguém que é tirado de um perigo no qual corria risco de morrer. Dependendo da natureza do perigo, o ato de salvar poderia ter configurações distintas: proteger, libertar, curar, resgatar etc. (Vocabulário de Teologia Bíblica, Coord. Xavier Léon-Dufour, Ed. Vozes, 1992). Então percebi que a salvação de Deus tem a ver com sua proteção, libertação, cura, resgate e outras situações nas quais Ele promove vida em nós. Também descobri que, conforme as narrativas do Antigo Testamento, a salvação de Deus foi se identificando intensamente ao longo da história com a perspectiva de libertação. Assim, Deus foi se revelando e sendo conhecido como Deus Salvador ou Libertador, aquele que livra.
Meu entendimento sobre a salvação na perspectiva bíblica se completou quando conclui que, de acordo com o Novo Testamento, a salvação divina tem caráter não apenas histórico e finito, mas também espiritual e eterno. Deus tem propósitos de promover a vida nos libertando não apenas das opressões e perigos terrenos, mas também das adversidades e ameaças de natureza espiritual. É disso que Ele me salva.
Nesse contexto é que se evidencia a pessoa e a obra de Jesus Cristo. Segundo a Bíblia, é através de Cristo que Deus nos salva ou liberta oferendo vida diante dos males terrenos e espirituais, especialmente das consequências do pecado e da obra das trevas contra nós. Em última instância, Deus promove a vida, e escolheu fazer isso de maneira completa por meio de Jesus, com benefícios históricos e eternos. Por isso o evangelho de João menciona que Jesus veio para dar vida abundante, tão abundante que também é eterna. (João 3.36 e 10.10). Isso é salvação.
É claro que existem outras perspectivas importantes que não mencionei e muitas variantes nos aspectos apresentados, mas creio que compartilhei o suficiente para uma compreensão objetiva e essencial a respeito da salvação. Possivelmente, voltarei a tratar desse assunto em outra oportunidade, aprofundando um pouco mais algumas questões descritas aqui e, quem sabe, atendendo o interesse dos leitores que se manifestarem.
Fiquem com Deus!
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