quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Cor de Rosa com Cheirinho de Morango

Há mais ou menos oito anos assisto desenhos animados e filmes infantis com certa frequência. Além de serem um entretenimento interessante, geralmente apresentam lições importantes sobre autoestima, determinação e caráter, aspectos significativos para o desenvolvimento das crianças. Assim, vários desenhos e filmes infantis também trabalham questões éticas e morais, ajudando também o público a definir melhor suas concepções e decisões pessoais. Tenho muitas experiências legais pra contar a este respeito, visto que alguns destes personagens e suas histórias já me ajudaram a compreender melhor certos acontecimentos ao meu redor bem como as atitudes mais adequadas a serem tomadas neste ou naquele momento. A grande maioria das experiências são positivas, situações que me animaram ou motivaram a seguir em frente apesar das adversidades, como aconteceu com aquela musiquinha que os personagens do filme “Procurando Nemo” cantam nos momentos de dificuldade e desânimo: Continue a nadar, continue a nadar, pra encontrar a solução...” São experiências tão prazerosas que eu gostaria de tratar apenas desses aspectos  positivos e motivadores, porém, já faz algum tempo que um personagem do filme Toy History 3 me inspira a compartilhar algo preocupante e alarmante, que pode estar presente bem ao nosso lado sem que a gente perceba, colocando em risco nossos sonhos, nossa segurança, nossa paz. Refiro-me ao personagem Lotso, um ursinho cor de rosa com cheirinho de morango.
Pra quem não conhece ou não lembra direito da história, o  Lotso é um ursinho de pelúcia da brinquedoteca de uma creche. Num primeiro momento, ele se manifesta muito generoso, amável e solidário aos novos brinquedos que chegam ao local, mostrando-se prestativo, hospitaleiro e disposto a amparar e proteger os novos moradores da brinquedoteca. Em poucas palavras, o  Lotso se apresenta como uma espécie de anfitrião e guardião do bem, e assim vai ganhando a confiança e a simpatia de todos. Naturalmente, os novos brinquedos da creche passam a admirá-lo e confiar nele.
Mas aos poucos, os novatos começam a descobrir algumas coisas estranhas e presenciar determinadas situações que revelam as verdadeiras motivações do Lotso. Eles percebem que por trás daquele brinquedinho de pelúcia aparentemente inofensivo, de cor meiga e cheirinho acima de qualquer suspeita, estava um cara dissimulado, manipulador, centralizador, mentiroso, frio, maquiavélico, egoísta e ciumento. Desta maneira, eles concluem que toda a amabilidade e discurso politicamente correto do  Lotso serviam apenas para atrair os demais brinquedos a fim de controlá-los, manipulá-los e usá-los para satisfazer sua vontade pessoal, sem que os brinquedos percebessem, é claro. No final da história, o Lotso é definitivamente desmascarado e os brinquedos ficam livres da opressão e do engano em que viviam.
Não sei se você concorda comigo, mas parece que tem muito ursinho cor de rosa com cheirinho de morango solto por aí. Gente com aparência de bom menino, que parece ser um amor de pessoa, que dá a impressão de que tá junto com você pro que der e vier, mas que visa apenas suas próprias conquistas. Gente manipuladora e dissimulada. Pessoas que te acompanham e te apoiam desde que você faça tudo exatamente como elas querem. Pessoas que te amam e te valorizam desde que você se submeta aos seus caprichos e sirva aos seus interesses. Como afirma o cantor e compositor Flávio Venturini, “gente que está do mesmo lado que você mas deveria estar do lado de lá”. É preciso discernir isso. É importante resistir a esse mal e promover a verdade, como os brinquedos recém chegados na creche fizeram.
Além de estar atento a estas situações, é fundamental crer que Deus conhece todas as coisas, e que nada está encoberto aos seus olhos.  Portanto, importa esperar no Senhor, que não desampara os que nele confiam, e que há de trazer à tona tudo o que está em oculto, livrando-nos dos males que  alguns ursinhos de pelúcia cor de rosa com cheirinho de morango costumam fazer.

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