A Semana da Pátria começou bombando e, pelo jeito, as comemorações da Independência do Brasil prometem.
Digo isso porque nesta segunda-feira, dia 03 de setembro, já se pode ver muita gente nas ruas com bandeiras, faixas e cartazes, cantando, fazendo caminhada etc. Parece que o patriotismo está à flor da pele, como nos velhos tempos, tanto no interior quanto nas grandes capitais e, é claro, na capital federal.
Em Presidente Prudente, no interior paulista, foram os bancários que abriram as comemorações da semana realizando um ato singelo, porém, notado por toda a população. Muitos funcionários das agências bancárias pararam suas atividades normais cerca de uma hora, tempo suficiente para os prudentinos refletirem sobre as virtudes da Pátria e prestarem sua homenagem a ela. Durante a paralização, eu ouvi muitas pessoas expressando seus sentimentos pelo Brasil, inclusive um sujeito que me disse que o ato dos bancários não tem nada a ver com as comemorações da Independência, e sim com protestos pela valorização da categoria e por mais dignidade salarial. É bem possível que ele esteja certo, mas, de um jeito de outro, isso também tem a ver com a Pátria e com a necessidade de refletirmos sobre seus problemas por pelo menos uma hora.
Na capital paulista, em vez de paralização, o começo da Semana da Pátria foi marcado por muita movimentação. O que mais chamou minha atenção foi a grande concentração e marcha dos sem-teto, que saiu da Praça Princesa Isabel na direção da Avenida Prestes Maia, onde está a Secretaria de Patrimônio da União. De acordo com algumas agências de notícias, o propósito desse ato comemorativo é abrir um canal de diálogo com o governo e promover um encontro com as autoridades públicas. Ora, o Brasil talvez seja o único país em que governo e sem-teto se reúnam na Semana da Pátria para refletirem juntos sobre o futuro da nação. Segundo seus organizadores, a marcha contou com a presença de 1.750 pessoas, além de muitos policiais. Embora eu tenha ficado feliz com o possível encontro entre governo e sem-teto por ocasião do Dia da Independência, dizem por aí que esta marcha não tem nada a ver com protocolo de comemorações cívicas e patrióticas, mas sim com protestos de pessoas que não têm onde morar e que provocaram uma série de invasões na cidade de São Paulo na madrugada e na manhã de hoje. Talvez aqueles que estão dizendo isso tenham razão, mas, independente da motivação, os sem-teto e o governo precisam mesmo se encontrar para discutir os problemas de moradia no Brasil. Tomara que mais seguimentos da sociedade sejam convidados. Que tal no feriado?
Por último, penso que uma das melhores homenagens que se poderia prestar à Pátria é o que os ministros do Supremo Tribunal Federal pretendem fazer esta semana: intensificar a faxina nos porões da nação. Em todo lugar se comenta que o combate à corrupção tende a aumentar e que estamos caminhando para um tratamento mais rigoroso em relação ao mensalão e outros esquemas semelhantes. Porém, os mais pessimistas ou escaldados comentam que isso tudo vai dar em nada. Pode até ser que eles acertem na previsão, mas penso que vale a pena a gente tentar. Viva o Brasil! Salve a Pátria!
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