sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Que Venham os Feriados!

Chegou o feriadão de Páscoa. E como acontece em quase todos os feriados, tem coisa que ajuda bastante a curtir esta data tão esperada e tem coisa que compromete os planos, o que costuma dar aos feriados uma agenda toda especial e, de certa forma, paradoxal.
Tudo começa bem de manhã, quando a maioria das pessoas aproveita para dormir até mais tarde. Que soninho gostoso! Que delícia!  Ao mesmo tempo, o dia de folga também anima muita gente a levantar cedo para cortar a grama, podar as árvores, lavar o carro, fazer reparos na casa e uma série de outras coisas que produzem barulhinhos irritantes e aparentemente intermináveis, uma verdadeira tortura para quem fez planos de ficar na cama até o meio dia. Bem, mesmo que eu não consiga levantar tão tarde assim, fico doido quando algum vizinho resolve limpar seu enorme quintal às sete da manhã, em pleno feriado, varrendo copinhos descartáveis, garrafas pets vazias e folhas secas pra lá e pra cá até a gente perder o sono de vez. Pior do que isso só o tesourão do jardineiro: cleck, clekc, clekc... Feriado é assim mesmo.
Uma vez de pé, vai chegando a hora de dar um passeio de carro com a família e, quem sabe, almoçar fora, ir ao pesqueiro, fazer um pique nique, enfim, qualquer coisa descontraída no momento da refeição. É aí que muitos dizem: Hoje é feriado! Oba! Esperamos tanto por isso! Que legal!” Realmente é bom. Melhor seria se o carro não quebrasse ou não tivesse um curto circuito na fiação dos faróis bem no meio do caminho, como se deu com a gente no feriado passado. Quando isso acontece, geralmente alguém logo se manifesta: Hoje é feriado! Que droga! Não tem nenhuma oficina aberta. Que roubada passear de carro justo num dia como este”. É meio paradoxal, mas feriado é isso aí.
E, finalmente, pra aproveitar o dia de folga em grande estilo e estar descansado para o dia seguinte, fica bem aquela deitadinha na rede quase no final da tarde. Aí sim! Que feriadão abençoado! Vida boa, hein? Então, quando o sujeito começa a relaxar embalado pelo movimento da rede, chega um dos filhos todo eufórico: “Papai! Papai! Quero fazer alguma coisa legal com você! Vamos brincar de bola ou jogar vídeo game?” O cara dá uma olhada pro filho e diz: “Não vai dar, filho! Preciso descansar, senão eu acabo não descansando nem nos dias normais nem no feriado”. Sem pensar duas vezes, o menino surpreende o pai: “Pô, pai, mas hoje é feriado, é dia da gente brincar. Desse jeito a gente não brinca nem nos dias normais nem nos feriados”. É comum o sujeito entrar em crise a partir dessa hora. Se ele levanta e vai brincar, seu feriado termina ali. Por outro lado, se ele permanece esticadão na rede e não atende ao pedido do filho, começa um gotejante peso na consciência acompanhado de um sussurante sentimento de culpa. Isso é o feriado!
E pra quem acha que é ruim com ele, eu digo que é pior sem ele. Imagine se nossos vizinhos resolvessem infernizar nossa vida cortando a grama, podando as árvores e arrastando copinhos descartáveis e garrafas pets vazias às sete horas da manhã todos os dias úteis da semana. Imagine se nosso carro sempre quebrasse ao meio dia de uma segunda-feira nervosa bem no centro da cidade. Imagine se nossos filhos não quisessem brincar com a gente nem nos dias de folga. Então, não há dúvida, viva o feriado! Que venham os feriados! É feriado, uhuuu!

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